Cedendo a Palavra!

Você sabe o que é Alienação Parental? Não deixe de ler este comentário enviado por nossa amiga e parceira, a psicopedagoga Ana Paula Rodrigues. O assunto é sério e merece atenção!

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Alienação parental

por Ana Rodrigues

A presente reflexão é fruto de alguns pedidos e principalmente do volume de situações que tive o infelicidade de acompanhar e assistir em meu consultório. Quando o assunto é a criança e seu contexto familiar, precisamos, além de outras sutilezas, considerá-la como um ser reativo e buscar o máximo possível de compreensão sobre suas vivências.

Tratando-se de casal separado ou em processo de separação, a situação pode se tornar bem delicada, especialmente quando uma das partes perde o prumo ou age de maneira inconsequente.

Mas afinal, o que é ALIENAÇÃO PARENTAL?

Em suma é quando, em caso de separação, um dos genitores induz, provoca ou estimula na criança/jovem um sentimento negativo pelo outro genitor. Geralmente, um dos pais, por sentir-se abandonado ou rejeitado pelo outro, manipula o filho para que desenvolva a mesma revolta. Normalmente esta ação inicia-se sutilmente, com “inofensivos” comentários e críticas sobre o outro. Em quase todos os casos, estas ações evoluem para comportamentos cada vez mais perversos do alienador, tais como: impedir encontros e visitas, omissão de fatos relevantes da vida da criança, criação de versões pejorativas sobre o alienado e até ameaças…

E as consequências??? DE-SAS-TRO-SAS!

A saúde física e emocional das crianças que vivem sob esta tortura torna-se imensamente fragilizada, gerando problemas como distúrbios de várias naturezas, comportamentos excessivamente contidos ou eufóricos, problemas com a atenção e concentração e até, em casos extremos, o desenvolvimento de posturas delinquentes. Como exemplo, o uso e a dependência de substâncias químicas (álcool e outras drogas), na busca de  “alívio” à dor e “auxílio” na lida diária com este verdadeiro massacre.

Diante de tanto estrago, é importante ponderarmos sobre o uso destas informações. Antes, não se falava deste assunto e a questão era velada, não dita e, consequentemente não tratada. Atualmente, vê-se a Alienação Parental discutida em novelas, programas de entrevistas na TV e na Rádio… Sim! Parece ótimo que o assunto esteja sendo discutido, afinal, é um convite aos pais para que reflitam e racionalizem mais suas escolhas. Porém, junto disso,  ganhamos uma carga de BANALIZAÇÃO e MODISMO: o assunto torna-se comum nas mídias e quem o pratica se reconhece diante dos múltiplos históricos parecidos, o que acaba por autoriza-lo a continuar. “Não sou o único que faço isso.” Por outro lado, quem ainda não o faz, começa a ver exemplos contínuos circulando nas mídias e considera como uma saída possível, passando a adotar as mesmas atitudes. “Vou tentar este recurso, já que tem tanta gente fazendo.”

Temos ainda a vertente jurídica, que não saberei explanar como uma especialista, mas que devemos considerar, pois gera decisões e encaminhamentos ainda mais desgastantes e radicais, quando confirmada a alienação. Medidas legais protetivas (e necessárias) podem deixar um rastro ainda mais invasivo na história do sujeito.

Enfim, a reflexão que desejo deixar hoje é sobre a responsabilidade dos pais independente da continuidade ou fim da vida conjugal.

NÃO à Alienação Parental!

Filhos não são responsáveis, tampouco culpados, pela incompatibilidade do casal.

E não merecem esta agressão.

NÃO, filhos não seguram casamento.

Filhos não trazem a pessoa amada de volta. Assim como, pais não têm direito de inserir os filhos no caos de suas escolhas.

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Ana Paula Rodrigues
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