Quando o Amor Vira Devastação: Relações que Aprisionam

Você já ouviu falar em relacionamentos que, em vez de trazerem leveza, são como uma tempestade que arrasa tudo por dentro? Às vezes, o amor pode se transformar em algo tão intenso e confuso que a pessoa fica presa em uma teia de sentimentos contraditórios: paixão, medo, dependência e até humilhação. É como se o parceiro ou parceira se tornasse uma figura inexplicável, alguém que domina, confunde, e mesmo assim… não dá para sair dali.

Essa dinâmica tem um nome na psicanálise: devastação. Não é só uma palavra forte — é um conceito que explica como certas relações podem sugar nossa identidade, nos deixando reféns de uma conexão que machuca, mas que, paradoxalmente, parece impossível abandonar.

O que é a “devastação” em relacionamentos?

Imagine uma pessoa que, mesmo sendo tratada com indiferença, desrespeito ou até humilhação, continua presa ao parceiro. Ela se pergunta: “Por que eu aceito isso? ”, mas não encontra respostas. A explicação pode estar no que Jaques Lacan chamou de devastação — um estado em que o outro (o parceiro) ocupa um lugar tão poderoso no nosso psiquismo que nos anula.
Nessas situações, a pessoa amada não é só um companheiro: vira um enigma, algo que não se explica pela razão. É como se houvesse uma força invisível mantendo a relação, mesmo quando tudo indica que é hora de ir embora.

Por que algumas mulheres aceitam se humilhar para ficar?

  1. A ilusão do controle: Às vezes, acredita-se que, cedendo ou se humilhando, conseguirá “consertar” o parceiro ou a relação. É uma tentativa desesperada de dominar o incontrolável.
  2. Medo do vazio: A dependência emocional faz com que a ausência do outro pareça insuportável — mesmo que ele seja a fonte da dor.
  3. Identidade perdida: Em relacionamentos devastadores, a autoestima muitas vezes fica vinculada à aprovação do parceiro. Sem ele, a pessoa sente que “não é ninguém”.

Como a “devastação” pode se manifestar?

– Ciclos de idealização e desespero: A pessoa alterna entre momentos de extrema paixão (“ele é perfeito! ”) e crises de angústia (“por que ele me trata assim?”).
– Justificativas absurdas: Frases como “Ele me trata mal, mas fico porque ele vai voltar a ser o que era”.
– Isolamento: Aos poucos, a pessoa se afasta de amigos e familiares para não ouvir críticas ao relacionamento.
A devastação não é sobre “amor demais”, mas sobre uma confusão entre amor e destruição. Amar alguém não significa aceitar ser diminuída. Relações verdadeiras nos elevam, não nos deixam presas em um ciclo de dor e perplexidade.

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