Relacionamentos abusivos e o papel da Psicologia

Uma das pautas muito discutidas atualmente nas redes sociais e em diversos outros contextos é acerca dos relacionamentos abusivos, bem como o papel da psicologia. Também muito difundidos como os relacionamentos “tóxicos”. Esse tipo de relação pode ser marcada por diferentes formas de abusos: físicos, emocionais, morais, financeiros, sexuais, dentre outros. Nesse momento, iremos ressaltar a existência dos abusos emocionais e psicológicos que, muitas vezes são negligenciados.

O que são abusos emocionais ou psicológicos?

 Há relacionamentos que, muitas vezes, podem não vir acompanhados de violência física ou sexual, mas ainda assim, de alguma forma, podem ser destrutivos. Parceiros que, através de críticas, comentários grosseiros, silêncios constantes ou olhares julgadores, podem causar imenso sofrimento ao companheiro. Tais atitudes, por muitas vezes, acabam não sendo consideradas como abuso e podem ser mascaradas por uma culpabilização da vítima.

No entanto, quando essa culpa não vem de fora, ainda pode haver uma auto culpabilização pelas atitudes do companheiro. De uma forma ou de outra, essa suposta culpa faz par com as justificavas do agressor pelas violências “Você me faz agir assim!“.

Nestes casos, percebe-se o comportamento por parte da vítima de tentar compreender as atitudes do agressor através dos próprios comportamentos, como se o motivo de tudo estar acontecendo fosse ela própria. E muitas posturas, gestos e palavras do parceiro agressivo podem acabar reforçando essas ideias. Por esse motivo, pode haver um assujeitamento do outro e, consequentemente, a perda de referência dos próprios desejos, objetivos e anseios. Todos estes elementos combinados podem contribuir para que o sujeito viva em função do outro, em um ciclo vicioso.

 Como a psicologia pode contribuir?

Entender ou perceber que precisa buscar ajuda é uma etapa muito importante para a atenuação do sofrimento, seja ele qual for. O sujeito que se encontra nessa situação pode encontrar uma saída ou alívio através da intervenção de um psicólogo na psicoterapia. O ato de reconhecer que seja necessária alguma ajuda é o primeiro passo nessa caminhada em busca do bem-estar emocional e psicológico. A terapia pode auxiliar esse indivíduo a encontrar-se, ou se reencontrar, clarear seus objetivos e traçar os caminhos próprios, sentidos e possibilidades pra si.

Um processo psicoterápico poderia auxiliar na compreensão do processo no qual a pessoa está inserida. Além de auxiliar a pessoa a sair do processo massivo de culpa e estagnação nos possíveis erros e escolhas e fazê-la enxergar que seu senso de responsabilidade está exagerado, ou seja, entender que os comportamentos do parceiro não são resposta aos próprios comportamentos. Dito de outra maneira, qualquer que seja o abuso, não é justificado. Precisamos romper com todos os tipos de preconceitos e reconhecer que o psicólogo está disposto a escutar, acolher e colaborar com a saúde e bem-estar de uma forma global.

A busca pelo sentido da própria vida poderia impulsionar o sujeito a tomar atitudes realmente desejadas – por ele próprio e não motivado por uma outra pessoa-, a não ficar vinculado em demasia ao passado e a conseguir se libertar desse invisível aprisionamento.

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Ana Carolina Figueiredo Peixoto

Graduanda em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense. Atualmente, é membro da Liga de Terapia Cognitivo-Comportamental e Neurociências da Universidade Federal Fluminense filiada a Associação de Terapias Cognitivas (ATC-Rio).

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