Nossa convidada é a Psicóloga e Psicopedagoga Ana Paula Rodrigues, que fez uma linda reflexão sobre o Dia das crianças e o consumismo. Pais, como irão presentear seus filhos no Dia das Crianças?
Cedendo a Palavra!
Reflexão para o dia, a semana, o mês e a vida das crianças…
Por Ana Paula Rodrigues
Apesar da polêmica e do quão vulneráveis estamos ao consumismo, é importante tratar deste assunto. Sim, também assumo minha postura consumista. Assim como meu esforço para ‘me segurar’ neste sentido. Talvez eu não seja um bom exemplo… Também faço parte desta sociedade, mas não estou confortável e reflito sobre minhas posturas e busco diariamente me nutrir de apenas o necessário.
Se uma mulher adulta peleja nesse quesito e confessa sua dificuldade, e as crianças? Como elas são afetadas pelas demandas do consumismo? O que elas estão absorvendo destas experiências de obter cada vez mais ‘coisas’? Especialmente coisas com a promessa de felicidade.
Vamos refletir sobre isso juntos?
Comumente vejo cenas e ouço relatos das famílias sobre a reação dos pequenos diante da ausência de presentes. E até mesmo da simplicidade deles. Aniversário sem festa? Festa sem decoração? Fim de festa sem lembrancinha? Lembrancinha sem muita guloseima? E a grande surpresa?
As crianças manifestam seus incômodos e sua inconformidade com esses “pré-requisitos da felicidade” quando eles faltam. Querem preencher algo que certamente não será preenchido com “coisas” e sim com afetos, presenças, valores, etc.. Seja o que for, não é da ordem do material.
Compra-se, compra-se, compra-se e o buraco permanecerá lá. Mas, as crianças não são ensinadas a lidar com isso!
Onde está a importância da data?
Onde estão os abraços e trocas de cartões feitos manualmente? Onde está a união de uma pequena família em torno da mesa conversando sobre o dia que se encerra? As crianças não sabem mais receber uma abraço sem esperar que o presente venha em seguida. A data considerada é a data da festa e não mais do motivo dela.
E ainda temos que assistir a disputa entre adultos, diante do “desafio” de superar o excesso da festa anterior, comprar o brinquedo que acaba de ser lançado antes de todo mundo, desfilar num carro mais novo, mais robusto e mais potente… Deixou-se de construir vínculos para construir status.
Qual o melhor presente? Você precisa apenas de:
- Brincar diariamente com uma criança.
- Ler ou contar uma história para ela.
- Permitir que ela desenhe livremente. Use tintas, cola, tesoura, argila, massinha, carvão, etc.
- Jogar e construir jogos.
- Brincar de escrever, construir listas de afazeres, criar uma rotina registrada pela criança.
- Escolher um lugar da cidade para visitar: praça, museu, galeria, livraria, escola, hospital, supermercado.
- Escolher um assunto e realizar uma pesquisa compartilhada com a criança.
- Criar receitas na cozinha para fazerem juntos.
- Escutar as hipóteses dos pequenos por alguns minutinhos.
- Lembre-se: você é modelo para as crianças o tempo todo. Cuide de suas ações e palavras!
O resultado são crianças em pleno vapor em seu desenvolvimento, felizes e recheadas de boas experiências!
Leia mais aqui: Alienação Parenta: Você sabe o que é?
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