No Brasil, o Dia do Psicólogo é comemorado em 27 de agosto. Foi nessa data, em 1962, que a Lei nº 4.119 foi sancionada, regulamentando a profissão e os cursos de Psicologia no país. Apesar de sua importância indiscutível, essa carreira ainda é desconhecida, subvalorizada e inacessível para grande parte da população.

Com a pandemia de Covid-19, a psicologia ganhou maior visibilidade, destacando a relevância da saúde mental. No entanto, mesmo com esse avanço, os psicólogos continuam enfrentando desafios para serem plenamente reconhecidos em diversas áreas onde fazem contribuições valiosas.

Mais do que apenas uma data comemorativa, o Dia do Psicólogo é uma oportunidade de ressaltar a importância da saúde mental e de valorizar esse espaço essencial para o bem-estar de indivíduos e da sociedade.

Cuidar da saúde mental é fundamental para a nossa saúde global. Durante a pandemia, essa necessidade se tornou ainda mais evidente. O medo da morte, o luto, o isolamento e a solidão passaram a fazer parte do cotidiano, elevando as taxas de ansiedade, depressão, insônia e estresse. Além disso, as restrições de contato social impactaram nossas relações pessoais, familiares e profissionais.

Grande parte dessas dificuldades está ligada à maneira como lidamos com nossas necessidades emocionais e conflitos psíquicos. A maioria das pessoas não recebeu uma “educação emocional” e não teve espaço para expressar seus sentimentos, desejos e frustrações. Muitos foram incentivados ao silêncio, a evitar expor problemas ou dificuldades. No entanto, enfrentar os próprios sentimentos, por mais desafiador que seja, é libertador. Esse processo permite ressignificar dificuldades e encontrar novas formas de lidar com os desafios. E é justamente aí que o papel do psicólogo se torna fundamental.

É verdade que podemos falar com qualquer pessoa de confiança. No entanto, muitas vezes, quem busca a ajuda de um psicólogo já recebeu conselhos, explicações ou “técnicas infalíveis” de amigos e familiares. Embora, em alguns casos, essas orientações possam ajudar, na maioria das vezes, algo ainda parece faltar.

O que o psicólogo oferece vai além de uma simples conversa. Ele proporciona uma escuta, mas não qualquer tipo de escuta — é uma escuta qualificada. O psicólogo acredita que há algo mais por trás das palavras ditas, e essa crença guia sua atenção e sensibilidade para o que não foi dito. Ele aposta não apenas na fala, mas também no sujeito que está por trás dela. E é nessa escuta ativa e cuidadosa que reside o poder de promover mudanças significativas.

Uma fala só se torna verdadeiramente transformadora quando é acompanhada por uma escuta que acredita no seu potencial. Esse é o diferencial da terapia.

Por fim, não posso deixar de felicitar meus colegas de profissão! Que possamos continuar escutando com o mesmo entusiasmo e dedicação que tínhamos em nossos primeiros atendimentos na clínica-escola. Que possamos renovar nossas energias e seguir firmes na luta pelo reconhecimento da nossa linda e essencial profissão!