Aprender, uma tarefa para o cérebro

Aprender é sim uma tarefa para o cérebro! A dificuldade de aprender algo novo ou estudar tem se tornado uma queixa cada vez mais constante.

Antes de mais nada, a reclamação por dificuldade de estudar ou aprender algo novo tem se tornado cada vez mais constante e geral. Hoje, vem se tornando comum à pessoas de qualquer idade, de ambos os sexos e de variados estilos de vida. É interessante perceber que poucos fazem a associação do processo de aprendizagem com o funcionamento do cérebro ou Sistema Nervoso. Essa associação é mais comumente feita quando há problemas limitantes, como uma lesão cerebral. Porém, quando as pessoas se deparam com as suas dificuldades nos estudos, é pouco comum pensarem de que forma o sistema nervoso pode tornar processo mais eficiente.

É possível aprimorar o processo de aprender?

Antes de mais nada, para reverter a dificuldade em estudar é válido olhar e buscar entender o processo de aprendizagem. Assim, tentar ver o que pode não estar ajudando quando a proposta é estudar. Mas, lembrando, que estamos falando de quando não há nenhum quadro de saúde limitante.

Logo de início, toda informação captada por um indivíduo percorre um caminho que passa pela atenção, percepção, processamento da informação, memória, abstração e afeto. E, para que tudo isso aconteça, muitos níveis estruturais (começando dos neurônios, passando pelas fibras nervosas até chegar as estruturas encefálicas mais evoluídas) e funções fisiológicas (sinapse, nutrição, circulação sanguínia e equilíbrio de substâncias como neurotransmissores e hormônios).

1º Aprendizagem e alimentação

Então, partindo das questões mais basais e simples; o sistema nervoso tem que estar bem para processar rapidamente as informações. Isso inclui estar bem alimentado, bem oxigenado e em dia com seu período de restauração que acontece enquanto dormimos. Vale a pena ressaltar que estar bem alimentado remete não só a quantidade ou frequência, mas principalmente à qualidade e diversidade dos alimentos.

É comum pessoas em dietas de restrição de algumas substâncias reclamarem de dificuldade de concentração, pois quando não se dá tudo o que é preciso para um bom funcionamento do organismo, não se pode exigir um alto desempenho cerebral. A falta se substâncias como magnésio, cálcio, e tripofano e aminoácidos impactam nas concentrações dos neurotransmissores no sistema nervoso, isso pode ser metaforicamente associado a um caos no ambiente de trabalho.

Da mesma forma, outro detalhe importante: o vilão das dietas, o carboidrato! Ele é uma das matérias primas para o neurotransmissor chamado serotonina que se associa ao bem-estar e motivação. E todos sabem que é difícil fazer qualquer coisa quando não se está bem, estudar que exige esforço fica ainda mais difícil.

2º Aprendizagem e sono

Outro ponto importante nos aspectos basais é quantidade/qualidade do sono. Um cérebro que não se restaurou por completo tem tarefas pendentes obstruindo a entrada de mais informações. Afinal, durante o sono o cérebro trabalha na organização de tudo o que foi vivenciado durante o dia. Caso isso não seja bem-feito, imagina o caos que vai se formando. Além do mais, o estado de alerta (o contrário do sono) é essencial para apurar a percepção, atenção e memória. Ou seja, exatamente o percurso que você precisa ao selecionar uma informação importante e guardá-la bem para uso posterior.

Leia mais aqui: O que é Neuropsicologia?

3º Aprendizagem e movimento

O fluxo sanguíneo também tem que estar na medida certa, o estudo exige muito e as estruturas do sistema nervoso precisam ser reabastecidas com presteza enquanto se estuda. Existe uma ótima indicação nesse caso que é a prática de exercícios aeróbicos. Khalsa (2005), um médico pesquisador da longevidade do cérebro expõe o seguinte:

“O exercício aeróbico tem efeitos benéficos direto sobre o cérebro e o sistema endócrino. Intensifica o fluxo sanguíneo para o cérebro e até estimula o crescimento de novas ramificações de células cerebrais, além de ter ótimos benefícios indiretos. Protege fisicamente o organismo contra reação ao estresse e também ‘queima’ seus hormônios prejudiciais. Um dos mais benéficos efeitos cognitivos diretos do exercício é aumentar o fluxo sanguíneo cerebral. Isso não só produz melhora imediata da função neurológica, como ajuda o cérebro a progredir durante o curso de toda a vida”.

O exercício aeróbico tem mais um aliado que é a liberação de noradrenalina um neurotransmissor estimulante importante para memória e para o bom humor. E o contrário do que foi dito para a dieta, tudo fica mais gostoso quando se está de bom humor, inclusive estudar!

Gostou? Leia a continuação desse artigo: Aprender… uma tarefa para o cérebro – parte 2

Créditos e referências bibliográficas:

Imagem: “Pizza Svanasana“
Artista: Giulia Rosa
Site: @giuliajrosa
Adaptação: Equipe Diálogo Psi

Imagem: “Monday Loading“

Artista: Giulia Rosa
Site: @giuliajrosa
Adaptação: Equipe Diálogo Psi

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