Recebi pelo Instagram um pedido especial: como lidar com uma pessoa com Transtorno Bipolar? Este é um tema desafiador, uma vez que este transtorno pode se manifestar de maneiras tão diversas quanto as pessoas que o enfrentam. Antes de mais nada, para ajudar a responder essa dúvida, convidamos a psicóloga clínica Christiana Dornas, que traz insights importantes sobre como oferecer suporte a quem enfrenta essa condição.
Como lidar com uma pessoa com Transtorno Bipolar?
Por Christiana Costa Valle Dornas
O Transtorno Bipolar, pelo DSM-V, é a Psicose maníaco-depressiva e psicose afetiva. Hoje, ele é dividido em Transtorno Bipolar tipo I e tipo II, com distinções que, neste momento, não serão o foco. O diagnóstico, sempre complexo, deve ser realizado exclusivamente por um profissional qualificado. Caso nossos leitores demonstrem interesse, posso explorar em futuros textos as particularidades do transtorno, seus tipos e tratamentos. O objetivo aqui, porém, é apresentar maneiras de ajudar uma pessoa que enfrenta esse desafio.
Incentive o Tratamento de Forma Contínua
O primeiro passo para apoiar alguém com Transtorno Bipolar é assegurar o acompanhamento constante por profissionais, principalmente psiquiatras e psicólogos. Além, claro, do uso regular de medicamentos quando indicados. É crucial reforçar essa continuidade, especialmente nos períodos de estabilidade, quando o paciente e seus familiares podem sentir-se tentados a interromper o tratamento.
Informe-se Sobre o Transtorno
O conhecimento é um aliado poderoso. Embora a internet ofereça informações acessíveis, é importante buscar fontes confiáveis. Consulte profissionais da área, tire dúvidas e peça indicações de leituras. Entender que o transtorno bipolar é uma condição médica e não culpa de ninguém pode aliviar o sentimento de responsabilidade que muitas vezes aflige os familiares.
Mantenha a Comunicação Aberta
O Transtorno Bipolar não deve ser tratado como um tabu. Falar sobre os sintomas e dificuldades é essencial para identificar sinais de crises iminentes, como episódios de depressão ou mania. Uma comunicação clara permite elaborar planos de emergência, com contatos de profissionais e familiares que possam ser acionados em momentos críticos.
Lidando com Crises Agudas
Mesmo com cuidados constantes, crises podem ocorrer. Durante episódios agudos de mania ou depressão, o acompanhamento do psiquiatra é indispensável. Nessa fase, o objetivo é controlar os sintomas de forma rápida e segura, garantindo a recuperação psicossocial do paciente.
Apoie nas Fases de Continuação e Manutenção
Após a estabilização de uma crise, inicia-se o tratamento de continuação, que busca minimizar os efeitos colaterais dos medicamentos, consolidar os benefícios e reduzir a chance de recaídas. A paciência e o apoio dos familiares são fundamentais nesse processo, pois ajustes podem levar tempo.
Na fase de manutenção, o foco é prevenir novas crises e promover a recuperação funcional plena do paciente. É comum que, sentindo-se bem, o paciente queira abandonar o tratamento. Nesses momentos, familiares e amigos devem incentivá-lo a seguir com o plano terapêutico. Ter uma equipe multiprofissional de confiança é essencial para garantir segurança e adesão ao tratamento.
Cuide de Si Mesmo
Por fim, lembre-se de que ajudar alguém com Transtorno Bipolar também exige cuidar de si. Busque apoio em terapia, análise ou grupos especializados. Estar bem emocionalmente é vital para oferecer o suporte necessário a um ente querido que enfrenta essa condição.
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