“Avaliação neuropsicológica consiste no método de investigar as funções cognitivas e o comportamento. Trata-se da aplicação de técnicas de entrevistas, exames, quantitativos e qualitativos das funções que compõe a cognição abrangendo processos de atenção, percepção, memória, linguagem e raciocínio”.

Mäder-Joaquim,2010, p.47

Indicações para a avaliação neuropsicológica

As indicações para uma avaliação neuropsicológica, normalmente partem de outros profissionais. Ou seja, por médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e até pelos professores e psicopedagogos. Pois eles conhecem os sintomas da pessoa em questão e precisam entendê-los melhor.

O trabalho de um neuropsicólogo ao realizar uma avaliação é de correlacionar as alterações observadas no comportamento do paciente com possíveis áreas cerebrais envolvidas. Em outras palavras, é um papel semelhante ao de uma investigação. E, para essa investigação, o profissional utiliza dos seguintes instrumentos:

  1. Sólido embasamento teórico da organização morfofuncional do sistema nervoso central. Conhecer as estruturas, os sistemas, os módulos e como eles se comunicam para exercer determinadas ações.
  2. Entrevista Clínica: investigação do histórico do paciente, condições de nascimento, desenvolvimento, histórico familiar e da doença atual.
  3. Baterias, testes ou escalas padronizados. Uso de instrumentos estruturados, reconhecidos, válidos e de confiabilidade para situar o desempenho do paciente em relação ao grupo de mesma, idade, escolaridade e padrão sócio-econômico.
  4. Exercícios neuropsicológicos e avaliações qualitativas: forma de explorar as funções cognitivas do paciente elucidando o processo adotado pelo paciente.
  5. Relato de outros informantes: escala ou entrevista com pessoas do convívio do paciente que possam informar sobre seu comportamento, tais como cuidadores, pais/responsáveis e professores.

É comum solicitar-se a avaliação neuropsicológica para fins de detecção precoce de sintomas, compreensão clínica ou como suporte para diagnóstico de algum quadro. No entanto, também pode ser utilizada no acompanhamento de tratamentos cirúrgicos ou medicamentosos. Assim como para indicação de tratamento ou reabilitação neuropsicológica e para fins legais, com a produção de laudos periciais.

Qual o público beneficiado por essa atividade?

A indicação da avaliação neuropsicológica, pela sua amplitude de objetivos, pode abranger qualquer faixa etária. Mas, o importante é existir suspeita de alguma afecção no sistema nervoso central. Essa afecção pode decorrer de fatores genéticos:

  • pré-natais (como transcorreu período gestacional);
  • perinatais (condições do parto)
  • ou pós-natais, que nesse caso, engloba qualquer quadro que interfira no desenvolvimento neurológico ou afete as funções cerebrais no decorrer da vida do sujeito. Por exemplo, AVC ou traumatismo craniano; doenças neuropsiquiátricas.

Quando falamos em afecções cerebrais ela pode ser de duas ordens estrutural ou funcional. A primeira envolve quadros onde uma estrutura ou grupo neuronal é afetado no sistema nervoso, abrangendo um espaço delimitado. O aspecto funcional tende a envolver mais de uma área e tem a ver com a dinâmica de funcionamento cerebral, um processo mais sutil neuroquímico ou de conexões entre determinados sistemas.

A montagem da avaliação neuropsicológica tente a ser conforme a queixa do paciente e do histórico, podendo variar os testes e tempo despendido de acordo com o quadro, faixa etária, escolaridade, entre outros aspectos. As seguintes funções podem compor uma avaliação neuropsicológica: atenção; percepção; linguagem; abstração; memória; aprendizagem; processamento de informação; funções motoras; funções executivas; visuocontrução; habilidades acadêmicas e afeto. As percepções durante a avaliação são descritas em um relatório final onde vem descrito o motivo da avaliação, os procedimentos utilizados, resultados obtidos, interpretação, recomendações e encaminhamentos.

Resumindo…

…a avaliação neuropsicológica tende a ser um processo para subsidiar melhor qualidade de vida para o paciente. Ele possibilita um diagnóstico mais precoce e apurado, assim como a prescrição de um tratamento mais eficaz e direcionado para o quadro específico de cada indivíduo.


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Autor(a):

Nathalia Santos da Costa – Psicóloga e mestre em Neurociências (UFMG), pós graduada em Neuropsicologia (FUMEC). Experiência clínica em psicoterapia, avaliação neuropsicológica e orientação profissional e de carreira. Experiência em docência em cursos de graduação, pós- graduação de psicologia e psicopedagogia e capacitações em instituições de ensino.

Nathalia

Nathalia Santos da Costa

Psicóloga e mestre em Neurociências pela UFMG, pós graduada em Neuropsicologia pela FUMEC. Experiência clínica em atendimento psicoterapêutico, avaliação neuropsicológica e orientação profissional e de carreira. Experiência em docência em cursos de graduação, pós- graduação de psicologia e psicopedagogia e capacitações em instituições de ensino.

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