Compartilhamos logo abaixo um texto sobre o livro do jornalista investigativo Robert Whitaker: “Anatomia de uma epidemia: Pílulas mágicas, drogas psiquiátricas e o aumento espantoso das Doenças Mentais na América”. Sua pesquisa mostrou que os antidepressivos reduzem a capacidade do cérebro de produzir serotonina diante do uso prolongado. A controvérsia maior foi sobre a sua descoberta de que as pessoas que tomaram medicamentos psiquiátricos eram mais propensas a continuar apresentando os sintomas, cinco anos após o diagnóstico, do que aquelas que não tomaram as drogas.
O livro de Whitaker sem dúvida causou polêmica após o seu lançamento, mas foi através dele que conquistou o prêmio “Investigative Reporters and Editors Book Award” em 2010. E, desde a sua publicação, um número crescente de pesquisadores psiquiátricos vieram publicamente opinar sobre o ponto de vista de Whitaker.
Existe uma série de estudos comprovando a eficácia dos medicamentos antidepressivos. Bem como, existem outros tantos comprovando que os medicamentos, quando utilizados sozinhos (sem um acompanhamento psicológico, por exemplo), não solucionam o problema.
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E você? Quero saber sua opinião! Acha que os Antidepressivos sozinhos resolvem o problema?
Pesquisa mostra que os antidepressivos reduzem a capacidade do cérebro para produzir serotonina no uso prolongado.
Pelos últimos 25 anos as pessoas que sofrem de depressão têm sido tratadas com medicamentos antidepressivos como Zoloft, Prozac e Paxil – três dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina mais vendidos do mundo, ou SSRIs. Mas as pessoas estão começando a questionar se essas drogas realmente são o tratamento mais adequado para a depressão, e se eles podem causar outros problemas. Estas drogas foram concebidas para tratar um desequilíbrio químico no cérebro e, assim, aliviar os sintomas da depressão. Neste caso, é a falta de serotonina que os antidepressivos trabalham para corrigir.
Na verdade, existem tratamentos farmacêuticos para corrigir desequilíbrios químicos no cérebro para praticamente todas as formas de doença mental – da esquizofrenia até ADHD, e uma série de transtornos de ansiedade. Centenas de milhões de prescrições são escritos para medicamentos antipsicóticos, antidepressivos e ansiolíticos a cada ano somente nos Estados Unidos, produzindo milhares de milhões de dólares em receita para empresas farmacêuticas.
Mas se a premissa por trás dessas drogas for falho? E se as doenças mentais, como a depressão, não forem realmente causadas por desequilíbrios químicos? E que milhões de pessoas as quais são prescritos esses medicamentos não obtêm qualquer benefício deles? E se essas drogas piorassem o quadro da doença mental no longo prazo?
O jornalista investigativo Robert Whitaker argumentou que medicamentos psiquiátricos são muito ineficazes para o tratamento de doenças mentais em seu livro: “Anatomia de uma epidemia: Pílulas mágicas, drogas psiquiátricas e o aumento espantoso das Doenças Mentais na América”.
Whitaker sustenta que a fundação da psiquiatria moderna – o modelo de desequilíbrio químico – não tem embasamento científico.
“Se você investigar a ciência por trás disso”, disse Whitaker Michael Enright ao anfitrião da edição de domingo da CBC Radio “você vai descobrir que não é verdade, e que esta era uma hipótese que surgiu na década de 1960, de que a depressão era causada pelos baixos níveis de serotonina, e que foi investigado e descoberto que isso não era verdade ainda no início da década de 1980. E já em 1998, a Associação Americana de Psiquiatria disse em seu livro que não estavam descobrindo que as pessoas com depressão têm qualquer anormalidade em sua serotonina, mas por ser uma metáfora tão eficaz para induzir as pessoas a tomar as drogas, ela continuou a ser promovida.”
Ronald Pies, um psiquiatra e ex-editor da The Psychiatric Times, refere-se à hipótese de desequilíbrio químico como uma “lenda urbana” que os psiquiatras bem informados nunca compraram.
O livro de Whitaker sem dúvida causou polêmica após o seu lançamento, mas foi através dele que conquistou o prêmio Investigative Reporters and Editors Book Award em 2010. E desde a sua publicação um número crescente de pesquisadores psiquiátricos influentes vieram publicamente opinar sobre o ponto de vista de Whitaker.
Whitaker diz que quando o seu livro foi lançado, a controvérsia maior não foi em torno do desmascaramento da hipótese do desequilíbrio químico. Foi sobre a sua descoberta de que as pessoas que tomaram medicamentos psiquiátricos eram mais propensas a continuar apresentando os sintomas, cinco anos após o diagnóstico, do que aquelas que não tomaram as drogas. Thomas Insel, diretor do Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA, também pesquisou sobre o uso de medicamentos antipsicóticos, utilizados no tratamento de doenças mentais como a esquizofrenia, e chegou a uma conclusão semelhante.
Segundo Whitaker, a pesquisa sugere que as pessoas que sofrem de depressão podem não ter níveis de serotonina baixa, assim como o uso de antidepressivos reduz a capacidade do cérebro de produzir serotonina por conta própria, levando a um agravamento dos sintomas quando o paciente parar de tomar os medicamentos.
“Uma das preocupações” disse Whitaker “é que se você tomar estes medicamentos por muito tempo, quando parar seu cérebro irá voltar ao normal? E esta é uma questão em aberto agora (…) O que está muito claro é que só a droga, raramente leva à recuperação a longo prazo”.
Fonte: “Antidepressant drugs may not be best treatment” Chris Wodskou, CBC News (08/06/14) / Tradução: Psiconline Brasil (27/02/2015)
Apenas reforçamos que sob nenhuma hipótese você deve se medicar ou suspender uma medicação por conta própria, para tal, consulte sempre um profissional capacitado. Caso ainda se sinta desconfortável com o tratamento, você pode e deve procurar uma segunda opinião médica.
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