Psicologia, Saúde mental e qualidade de vida

Fale mais sobre isso: Ansiedade

O tema de estreia do nosso quadro “Fale mais sobre isso” é a ansiedade. Vamos abordar sua definição, causas, sintomas e tratamentos de uma maneira informativa e acessível. Então, vamos lá entender mais sobre essa “vilã” dos tempos atuais.

O que é ansiedade?

Sabe aquele friozinho na barriga quando algo importante está para acontecer? Ou aquela perna que não para de balançar? Essas são manifestações comuns da ansiedade. Reações assim são normais em situações específicas, como uma apresentação ou evento importante. Contudo, quando pensamentos e sensações de ansiedade tornam-se persistentes e intensos, pode ser um sinal de um transtorno de ansiedade.*

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define ansiedade como um transtorno caracterizado por um medo e preocupação constantes e excessivos. “A ansiedade é uma reação emocional normal que pode ser uma resposta a situações estressantes ou inesperadas. No entanto, quando é exagerada e persistente, pode tornar-se um transtorno de ansiedade, que pode prejudicar a qualidade de vida“.

* Este texto tem caráter informativo e não substitui o diagnóstico de um profissional da área.

A ansiedade como função adaptativa

Apesar de frequentemente vista como algo negativo, a ansiedade possui uma função importante: alertar o organismo diante de possíveis ameaças e estimulá-lo a reagir.

Ela desempenha um papel essencial em situações de necessidade ou perigo. Por exemplo, a ansiedade pode ajudar uma pessoa a se concentrar e agir de forma eficiente durante uma prova ou em uma situação que exija cautela e atenção. No entanto, quando em excesso, a ansiedade pode paralisar o indivíduo, impedindo suas ações e bloqueando o raciocínio.

Perigo real x Perigo imaginário

A ansiedade é uma resposta a um perigo percebido, seja ele real ou imaginário. Quando exagerada, essa reação pode desregular o sistema neuro hormonal, causando sintomas como receios intensos, preocupações excessivas e agitação psicomotora.

É importante destacar que, muitas vezes, o perigo é imaginado. Ou seja, é o resultado de interpretações individiais equivocadas, inconscientes ou crenças individuais. Nessas situações, a ansiedade deixa de ser útil e passa a ser debilitante, interferindo na qualidade de resposta, no posicionamento do sujeito diante dessas situações e, consequentemente, na qualidade de vida do indivíduo.

A influência das interpretações individuais

Cada pessoa vai interpretar os eventos da vida de maneira bastante única. Para isso, tem como base interpretativa suas experiências e história de vida, crenças, valores, etc. Inclusive por isso, uma situação que causa extrema ansiedade em uma pessoa pode ser vista como desafiadora ou até irrelevante por outra.

Por exemplo, diante de uma prova, uma pessoa pode se sentir ansiosa ao acreditar que não é capaz de ser bem-sucedida. Enquanto outra encara a mesma situação como uma oportunidade de aprendizado. Essa diferença está na interpretação feita sobre o evento e na percepção de ameaça associada a ele. Logo, precisamos levar em conta na hora de buscar entender o quadro de ansiedade de uma pessoa.

No segundo texto da série iremos compreender mais sobre os sintomas e os possíveis tratamentos para a ansiedade.

Textos da série “Fale mais sobre isso: Ansiedade”

Definições e causas

Sintomas e tratamentos

Como lidar com a crise

Referências sugeridas para aprofundamento

  • Biblioteca virtual em saúde (Link)
  • American Psychiatric Association (APA). (2022). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5-TR). Washington, DC: APA.
  • Beck, A. T., & Emery, G. (1985). Anxiety disorders and phobias: A cognitive perspective. New York: Basic Books.
  • Borkovec, T. D., & Newman, M. G. (1998). Worry and generalized anxiety disorder: A review and theoretical synthesis. Journal of Abnormal Psychology, 107(2), 171–189.
  • Darwin, C. (2000). A expressão das emoções no homem e nos animais. São Paulo: Companhia das Letras. 1872
  • Roosevelt, M. C. S. Abordagem Psicodinâmica do Paciente Ansioso. In: Eizirik, C. L. et.al. Psicoterapia de Orientação Analítica: Fundamentos Teóricos e Clínicos. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.
  • Viana, M. B. Freud e Darwin: ansiedade como sinal, uma resposta adaptativa ao perigo. Nat. hum. [online]. 2010, vol.12, n.1 Disponível <aqui>
quem somos julia

Psicóloga graduada pela UFMG (2009), com especialização em Clínica Psicanalítica na atualidade pela PUC-MG (2021) e em Gestão de Pessoas pela Fundação Dom Cabral (2012). Atua com atendimento clínico e orientação profissional.

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  1. maria aparecida monteiro 28 de maio de 2016 at 16:50

    É triste ter crise de ansiedade e não saber o que é no inicio e logo de cara um médico lhe receita tarja preta, banzodiazepinicos que não conseguimos desmamar, enquanto poderiam nos indicar alguns tratamentos fitoterapicos, homeopaticos, acupuntura, enfim, coisas naturais…..

    • Diálogo - Espaço de Psicologia 3 de julho de 2016 at 17:54

      Com certeza! A medicação poderia ser uma alternativa e não a primeira opção em muitos casos! Obrigada pelo comentário!

  2. Ana Célia Cunha 17 de agosto de 2015 at 15:04

    Obrigada por atender ao meu pedido! Ajudou muito o texto! Já faço tratamento com medicação e quero saber mais sobre terapia.
    Gostei da sugestão de falar sobre timidez. Quero ler esse tbm!
    Beijos

    • Diálogo - Espaço de Psicologia 3 de julho de 2016 at 17:54

      Obrigada Ana! Preparando o texto sobre timidez! Grande abraço

  3. Raiane junia 17 de agosto de 2015 at 09:46

    Gostei do post sobre ansiedade pois sou muito ansiosa, quero saber sobre o tratamento ser ansiosa mim atrapalhar muito.tambem queria saber sobre timidez como enfrentar

    • Diálogo - Espaço de Psicologia 3 de julho de 2016 at 17:53

      Olá Raiane! Vamos fazer um texto sobre timidez, um grande abraço.

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