No dia 7 de abril, celebramos o Dia Mundial da Saúde, uma data importante para refletirmos sobre o conceito de saúde. Mais especificamente, vamos discutir o que significa o termo “saúde global”.

Por muito tempo, a saúde foi compreendida apenas como a ausência de doenças, sejam elas físicas ou mentais. Isso resultou em um modelo médico voltado principalmente para a atenção curativa, ou seja, a ideia de que, ao tratar a doença de uma pessoa, ela voltaria ao estado de saúde. No entanto, essa visão foi revista ao longo dos anos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) redefine saúde, afirmando que ela não se resume à ausência de doenças, mas sim a um estado de completo bem-estar físico, mental e social. De acordo com a OMS, saúde é um conceito amplo, que abrange a qualidade de vida de uma pessoa em todas as suas dimensões.

Além disso, na Carta de Ottawa (1986), documento da 1ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, também é reforçado que a promoção da saúde não é responsabilidade exclusiva do setor de saúde. A carta afirma que a saúde vai além de um estilo de vida saudável, apontando para a construção de um bem-estar global, que envolve aspectos sociais, econômicos e ambientais.

A saúde física é o primeiro aspecto que compõe a totalidade da saúde. Sua importância é evidente, e as estratégias para mantê-la são amplamente conhecidas: alimentação equilibrada, prática regular de exercícios, consultas médicas periódicas e acompanhamento adequado quando necessário.

O ser humano é, por sua natureza, um ser social. Não é desejável viver isolado. Por isso, um dos pilares da saúde global é a saúde social, que se refere ao comportamento ajustado do indivíduo dentro de seus grupos e relações. Para manter a saúde social, é necessário estar consciente de suas responsabilidades e ter eficiência em manter relações harmoniosas e satisfatórias.

Além disso, a saúde está diretamente relacionada ao trabalho e à comunidade. Ela não é apenas um bem individual, mas também está profundamente ligada às relações sociais. A justiça social, a equidade de oportunidades, o direito ao trabalho, o respeito às minorias e a equidade econômica são fatores determinantes na saúde coletiva de um grupo ou comunidade. Em contextos de miséria, fome, violência e ignorância, a saúde global é comprometida. Nenhum indivíduo se sentirá bem se, ao seu redor, as relações estiverem adoecidas ou sua comunidade em sofrimento.

Portanto, a saúde é um valor coletivo, devendo ser desfrutada por cada indivíduo sem prejuízo aos outros e solidariamente com todos.

Houve também uma significativa evolução na compreensão da saúde global, especialmente no que se refere à saúde psíquica. As inquietações, pressões e sofrimentos da vida cotidiana podem levar ao esgotamento emocional, à infelicidade e aos transtornos psicossomáticos. A saúde psíquica, portanto, não é mais vista apenas como a ausência de doenças mentais, mas como um estado de bem-estar mental, emocional e psicológico.

Em resumo, a saúde global é a integração da qualidade nos três aspectos da vida de um indivíduo: a saúde física, a saúde social e a saúde psíquica. Esses fatores influenciam a forma como a pessoa se relaciona consigo mesma, com seu corpo, sua mente, com a comunidade e as relações ao seu redor.