Sintomas e tratamentos para a ansiedade
Hoje falaremos mais sobre os sintomas e os tratamentos para a Ansiedade. Anteriormente, no primeiro texto da série “Fale mais sobre isso”, falamos sobre a ANSIEDADE (leia aqui). Mais especificamente sobre a definição do conceito de ansiedade; sobre a diferença entre os perigos percebidos ou perigos reais que desencadeiam a reação ansiosa, bem como, os tratamentos.
A sensação de ansiedade
As causas e a intensidade da excitação ansiosa podem variar e constituir o quadro vivido pela pessoa. Em conclusão, isso significa que uma pessoa pode sentir-se ansiosa a maior parte do tempo sem razão aparente ou pode ter ansiedade em situações pontuais, mas de maneira tão intensa que a imobiliza. A sensação de ansiedade pode ser tão desconfortável que as pessoas deixam de fazer coisas simples e cotidianas como uma tentativa de evitá-la.
Os Transtornos da ansiedade têm sintomas muito mais intensos do que a ansiedade normal do dia a dia. Em suma, para falar sobre os sintomas vamos propor essa divisão de caráter didático. A ansiedade e o medo passam a ser reconhecidos como patológicos quando são exagerados, desproporcionais ao estímulo e comprometem a qualidade de vida e o conforto emocional.
Antes de tudo, veja este vídeo das designers gráfico Deborah Alves e Thais Gomes que tenta representar graficamente a sensação da ansiedade. Fez sentido para você? Já se sentiu assim? Então vamos enumerar os sintomas da ansiedade:
Sintomas da ansiedade
Ansiedade normal
Sintomas físicos:
- Boca seca ou dificuldade de engolir;
- Dores de cabeça, enjoos, vômitos e vertigem;
- Respiração acelerada, falta de ar e transpiração;
- Batimentos cardíacos acelerados ou irregulares;
- Dor ou aperto no peito;
- Dificuldade de concentração e fadiga;
- Tensão muscular, tremores, roer unhas, etc;
- Alteração no hábito intestinal; Dor de barriga;
- Perturbação no sono.
- Falar muito rápido ou esquecimentos;
Sintomas emocionais:
- Agitação (balançando os pernas e os braços);
- Nervosismo;
- Irritabilidade;
- Dificuldade de concentração e em relaxar;
- Preocupação;
- Medo;
- Sensação de que algo ruim vai acontecer;
- Descontrole sobre os próprios pensamentos;
Ansiedade patológica
- Qualquer um dos sintomas citados acima, de maneira persistente e causando comprometimento à vida do indivíduo.
- Preocupações, tensões ou medos exagerados (a pessoa não consegue relaxar).
- Sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer.
- Preocupações exageradas com saúde, dinheiro, família ou trabalho.
- Medo extremo de algum objeto ou situação em particular.
- Medo exagerado de ser humilhado publicamente.
- Falta de controle sobre pensamentos, imagens ou atitudes, que se repetem independentemente da vontade.
- Pavor depois de uma situação muito difícil.
Tratamentos para a ansiedade
- Medicamentos – sempre com acompanhamento de um(a) psiquiatra.
- Psicoterapia com psicólogo. Leia mais: Quando procurar a psicoterapia?
- Tratamentos alternativos. Leia mais: Homeopatia, Meditação, Ioga…
- Combinação de tratamentos.
Vamos citar dois tipos de medicação que podem ajudar a controlar e diminuir a ansiedade. O primeiro são os Ansiolíticos, servem para combater os sintomas da ansiedade, mas não trabalham a causa original. Uma comparação que facilita a compreensão: Funciona como a Novalgina, atua no sintoma (febre), mas não resolve o problema original (infecção). Em síntese, o ansiolítico é indicado quando o nível de ansiedade está tão alto que compromete gravemente a vida do indivíduo. Pode causar dependência e deve ser prescrito por um psiquiatra, diante de uma avaliação médica adequada.
Em seguida, temos os Antidepressivos, que aumenta o nível de energia psíquica e auxilia a pessoa a se sentir mais forte e segura, logo, menos ansiosa. Não causam dependência física, mas podem causar dependência emocional. Igualmente aos ansiolíticos, só podem ser vendidos com prescrição médica e tem efeitos colaterais, como a diminuição da libido.
A medicação pode e deve ser combinada com a Psicoterapia, onde as causas ou o problema original poderão ser trabalhados. Bem como, combinado com tratamentos alternativos, que auxiliam na melhora dos resultados e controle das crises.
* Lembramos que nenhuma informação contida nesse artigo substitui a avaliação presencial de um profissional capacitado.
Tratamentos alternativos
Do mesmo modo, para controlar a ansiedade também devemos nos atentar às demais ações em nosso dia a dia, especialmente nossas práticas em nossa rotina. Por exemplo, buscar uma alimentação mais saudável, incluir atividades físicas e/ou terapêuticas (ioga, meditação, chás naturais, massagens…). Até mesmo dedicar-se à atividades manuais que distraem e alteram o nosso foco.
Identifique o que causa a ansiedade e mude sua atitude em relação ao problema. Busque informações sobre essas causas, e dessa forma, trabalhe esses pontos em sua terapia/análise. Por fim, tente mudar ou adaptar a rotina identificada como ansiogênica.
Respirar profunda e calmamente. Durante a crise de ansiedade, focar a atenção na sua respiração, e dessa forma, desligando-se lentamente dos problemas causadores da ansiedade. A prática da meditação é altamente recomendada nesses casos.
Respeitar suas limitações e, quando for preciso, peça ajuda, inclusive ajuda terapêutica.
Vamos para o último texto dessa série: Como controlar uma crise de ansiedade
Créditos e referências:
Autor(a): Júlia Maria Alves – Psicóloga graduada pela UFMG (2009), com especialização em Clínica Psicanalítica na Atualidade pela PUC-MG (2021) e em Gestão de Pessoas pela Fundação Dom Cabral (2012). Atua com atendimento clínico e Orientação Profissional.
Imagem da capa:
Textos da série “Fale mais sobre isso: Ansiedade”
- Biblioteca virtual em saúde (Link)
- Darwin, C. (2000). A expressão das emoções no homem e nos animais. São Paulo: Companhia das Letras. 1872
- Freud, S. (1976f). Inibições, sintomas e ansiedade, Edição standard (Vol. 20). Rio de Janeiro: Imago.
- ROOSEVELT, M. Cassorla S. Abordagem Psicodinâmica do Paciente Ansioso. In: Eizirik, C. L. et.al. Psicoterapia de Orientação Analítica: Fundamentos Teóricos e Clínicos. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.
- VIANA, Milena de Barros. Freud e Darwin: ansiedade como sinal, uma resposta adaptativa ao perigo. Nat. hum. [online]. 2010, vol.12, n.1 Disponível <aqui>
Video: “Ansiedade”
Autores: Deborah Alves e Thais Gomes – Via Estudio Alves
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Autoria do texto
Júlia Maria Alves
Psicóloga graduada pela UFMG (2009), com especialização em Clínica Psicanalítica na atualidade pela PUC-MG (2021) e em Gestão de Pessoas pela Fundação Dom Cabral (2012). Atua com atendimento clínico e orientação profissional.