Quem nunca se sentiu triste? A tristeza é uma emoção natural, uma reação esperada diante de situações difíceis, perdas ou frustrações. Mais do que isso, é um momento de adaptação emocional e psíquica a eventos indesejados. E acredite: na maioria das vezes, a tristeza passa conforme enfrentamos e superamos o que nos aflige. Mas e quando essa tristeza persiste, tornando-se constante e incapacitante? Estaríamos, então, diante da depressão?

Como diferenciar depressão e tristeza?

Nos dias atuais, a depressão (em suas diversas formas clínicas) tem assumido proporções epidêmicas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 350 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão — ou seja, cerca de uma a cada 20 pessoas! Apesar dessa alta incidência, ainda há muita desinformação e diagnósticos equivocados. Muitas pessoas desconhecem que estão deprimidas ou têm receio de procurar ajuda devido aos estigmas associados ao transtorno. Quem nunca ouviu frases como: “Isso é só preguiça!”, “Falta de fé” ou “Você melhora se reagir!“?

Diferente da tristeza passageira, a depressão não é algo que se “controla” apenas com esforço consciente. Nos casos mais leves, é possível que a pessoa se recupere por conta própria. No entanto, quando os sintomas persistem, o quadro pode se agravar, comprometendo profundamente o bem-estar e a qualidade de vida. A depressão afeta o prazer nas atividades diárias, altera padrões de sono e apetite, impacta o desempenho profissional e as relações interpessoais. Em casos graves, pode levar a pensamentos suicidas.

O que causa a depressão?

Existem diversas teorias sobre as causas da depressão. Nenhuma delas, isoladamente, explica todos os casos. O mais adequado é compreender que diferentes fatores se entrelaçam, influenciando o desenvolvimento do transtorno. Entre esses fatores, podemos citar:

  • Componentes genéticos e biológicos (hormônios, neurotransmissores, funcionamento cerebral);
  • Aspectos psicológicos (autoestima, personalidade, mecanismos de enfrentamento, conflitos inconscientes);
  • Experiências traumáticas e histórico de perdas; Baixa tolerância à frustração e ao fracasso.
  • Fatores sociais e ambientais (pressões externas, isolamento, relações interpessoais);

Essa multiplicidade de fatores também influencia as possibilidades de tratamento, que abordaremos no próximo texto.

Sintomas da depressão

Abaixo estão alguns dos principais sintomas associados à depressão. Caso identifique esses sinais em si ou em alguém próximo, é fundamental buscar a ajuda de um profissional qualificado para um diagnóstico preciso:

  • Tristeza persistente, irritabilidade, ansiedade e angústia;
  • Desânimo e necessidade de grande esforço para realizar atividades diárias;
  • Redução do prazer em atividades antes consideradas agradáveis;
  • Falta de motivação, apatia e indecisão;
  • Sentimentos de medo, insegurança, desamparo e vazio;
  • Ideias recorrentes de culpa, inutilidade, fracasso ou morte;
  • Pensamentos suicidas;
  • Pessimismo e visão distorcida da realidade;
  • Dificuldade de concentração e esquecimento frequente;
  • Diminuição do desejo ou do desempenho sexual;
  • Alterações no apetite e no peso (perda ou ganho significativo);
  • Distúrbios do sono (insônia ou sono excessivo);
  • Dores físicas sem causa médica aparente (cansaço excessivo, tensão muscular, dores de cabeça, distúrbios digestivos, entre outros).

O que podemos concluir?

  • Todos estamos sujeitos a ter depressão em algum momento da vida.
  • Depressão não é sinônimo de “fraqueza” ou “preguiça”, mas sim um transtorno sério que requer atenção.
  • As causas da depressão são multifatoriais e envolvem aspectos biológicos, psicológicos e sociais.
  • Os sintomas não devem ser ignorados. Diante de dúvidas, busque um profissional especializado.
  • Com o apoio adequado e o tratamento correto, é possível superar a depressão e recuperar a qualidade de vida.

Por fim, recomendo assistir a essas duas animações que ilustram a depressão, suas causas e sintomas. Compartilhe com quem pode se beneficiar dessa informação! No próximo texto, falaremos sobre os tratamentos disponíveis para a depressão. 

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Referências:

* Texto traduzido e adaptado pela Equipe DiálogoPsi.
Você pode ler o texto no idioma original clicando aqui!

Arte compartilhada na capa: “Secrets”
Artista: Douglas Hale

Autor(a)

Julia Maria Alves

Psicóloga (UFMG/2009) com especialização em Clínica Psicanalítica (IEC-PUC MG/2020) e Gestão de Pessoas (FDC/2012)). Hoje atua com Psicoterapia, Orientação Profissional de jovens e Orientação Vocacional na Aposentadoria.

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Julia Maria Alves

Psicóloga (UFMG/2009) com especialização em Clínica Psicanalítica (IEC-PUC MG/2020) e Gestão de Pessoas (FDC/2012)). Hoje atua com Psicoterapia, Orientação Profissional de jovens e Orientação Vocacional na Aposentadoria.

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Comentários

4 Comments

  1. Maria Vitória gonçalves 26 de março, 2015 at 15:58 - Reply

    Olá, estamos todos adoecendo, depressão é o novo mal do século. Muito interessante os videos tbm. Escrevam mais sobre depressão!
    Lí vários textos e gostei de todos. parabéns
    Mavi

    • Diálogo - Espaço de Psicologia 3 de julho, 2016 at 17:51 - Reply

      Mavi, obrigada pelo comentário! Realmente é o mal do século! Mas, podemos nos curar desse mal! Um grande abraço!

  2. Pedro Soares 16 de setembro, 2016 at 13:15 - Reply

    Muito obrigado, ajudou muito. Boas informações

    • Diálogo - Espaço de Psicologia 16 de setembro, 2016 at 13:25 - Reply

      Ficamos felizes em saber, Pedro! Estamos à disposição para tirar suas dúvidas!
      Abraços, equipe Diálogo Psi

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