Como controlar uma crise de ansiedade?
Já falamos sobre a definição, as causas, sintomas e tratamentos da ansiedade. Agora vamos falar sobre como controlar uma crise de ansiedade. Saiba como lidar com sua crise, bem como ajudar alguém que está passando por essa situação.
Acolha com empatia
Durante uma crise de ansiedade o sofrimento com os sintomas fisiológicos é grande. Às vezes chegando a nublar qualquer possibilidade de pensar racionalmente sobre o que se sente. A pessoa pode realmente sentir a possibilidade de morrer ou de que algo muito ruim está para acontecer. Evite frases que desvalorizam ou descreditam a pessoa, como: “Isso é bobeira”, “Frescura”, “Pensa positivo que passa”, “Isso é para chamar a atenção.” ou “Está exagerando”. Afinal, nenhuma delas traz apoio ou melhora a situação. Substitua por uma presença tranquila, mesmo que seja em silêncio (o que, muitas vezes, já é mais do que necessário). Mas, se quiser dizer algo, que sejam falas que tragam conforto: “Estou aqui com você”, “Você não vai morrer”, “Pode contar comigo”, “Vamos superar essa crise”.
Antes de tudo, é importante saber que não é preciso controlar – no sentido literal de “exercer ação restritiva sobre; conter, regular“. Pois isso pressupõe que o que se vive é algo anormal. Como dissemos anteriormente, a ansiedade é um alerta do corpo, que pode estar desregulado nesse momento de crise, mas é necessária. Tem algo nessa crise que não está sendo ouvido. Acolha esses sentimentos, tente ouvir o que desencadeou. Muitas vezes poder falar sobre o que se sente pode ajudar.
Vá para um local tranquilo
Uma das coisas que podem ser feitas e ajudam muito, é levar a pessoa para um lugar mais tranquilo, arejado, reduzindo, assim, os estímulos. Se possível, ir para um local em contato com a natureza, como um parque ou quintal. Muitas pesquisas evidenciam que o contato com a natureza auxilia na melhora do humor e redução da ansiedade.
Caso isso não seja possível, você pode auxiliar a pessoa a imaginar um local que ela se sinta em paz. Falando para imaginar o vento batendo no rosto, o barulho das ondas do mar, detalhando a cena o máximo possível e distraindo dos pensamentos e sensações que causam ansiedade. Essa estratégia é ótima para acalmar o ritmo da respiração e a reduzir a ansiedade.
A meditação é uma técnica excelente para auxiliar no processo de se acalmar.
Quando estamos ansiosos, nosso fluxo respiratório se altera, fazendo-nos ficar ofegantes, com palpitações e pode trazer a sensação de falta de ar. Nesta hora, você pode cronometrar o intervalo das respirações. É importante inalar e exalar o ar mais lenta e profundamente, você pode explicar para a pessoa que ela pode puxar o ar contando até 5, segurando 3 segundos e soltando todo o ar dos pulmões bem devagar. Este é um exercício agradável que pode ser feito em conjunto.
Tire o foco dos sintomas
Outra dica é observar e ajudar a pessoa a tirar o foco daqueles sintomas desconfortáveis, você pode convidá-la para olhar e perceber ao seu redor alguns objetos, se vocês estiverem na rua você pode pedir para ela contar a quantidade de carros estacionados, ou pode pedir para nomear as cores que está vendo. O objetivo desta técnica é distrair a pessoa que está com seu sistema de “luta ou fuga” acionado. Um dos principais motivos de uma crise de ansiedade se intensificar é o foco nessas reações corporais. E, assim, você vai ajudar ela a se distrair, diminuindo esse pico intenso de ansiedade.
Veja abaixo o vídeo “Como controlar uma crise de ansiedade” do Dr. Dráuzio Varela:
Já leu a segunda parte desse texto: Sintomas e tratamentos para a ansiedade
Créditos e referências:
Autor(a): Júlia Maria Alves – Psicóloga graduada pela UFMG (2009), com especialização em Clínica Psicanalítica na Atualidade pela PUC-MG (2021) e em Gestão de Pessoas pela Fundação Dom Cabral (2012). Atua com atendimento clínico e Orientação Profissional.
Imagem da capa:
Textos da série “Fale mais sobre isso: Ansiedade”
Referência: .
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Autoria do texto
Júlia Maria Alves
Psicóloga graduada pela UFMG (2009), com especialização em Clínica Psicanalítica na atualidade pela PUC-MG (2021) e em Gestão de Pessoas pela Fundação Dom Cabral (2012). Atua com atendimento clínico e orientação profissional.